Sunday, April 1, 2012

Europeu U18 day#2

dia de jogos

Europeu U18 day#1

Depois de uma boa preparação nas duas semanas que antecederam o Europeu a viagem correu totalmente ao contrário do previsto. Quando cheguei ao Aeroporto de Lisboa deparei-me com o voo para Madrid CANCELADO!
A única alternativa viável foi apanhar boleia de um pai de um jogador.
Cheguei ao hotel por volta das 23h, faltei por isso ao briefing dos árbitros...

Wednesday, February 22, 2012

arbitragem aos molhos #21



Independentemente de considerarmos uma boa ou má decisão este vídeo deve ser usado para observar o processo do árbitro:



Tomem atenção:

1- no apito do árbitro (a intensidade e cadência) ainda durante o stress, WB percebe que não vale a pena apitar mais e fica a observar
2- preocupação de WB na separação das equipas (é o ponto de ordem no jogo - mostra quem controla o jogo - e também acalma os jogadores com esta paragem)
3- linguagem corporal do árbitro (mostra segurança)
4- quem começa o "chat" e como começa: "Eu vi isto... o que acrescentas?"
5- o AA acrescenta o que viu mais, dando assim todos os elementos para o árbitro decidir
6- o árbitro formula a decisão e comunica-a sucintamente aos AAs, que confirmam a decisão
7- sem demora chama os jogadores em questão
8- trata dos 2 jogadores em separado (sem reuniões - para não haver troca de olhares, bocas, sobretudo os 2 não se embrulham no caminho para o sin bin)
10- mostra o cartão (acima do nível da cabeça/olhos) e aponta para fora
11- regressa ao jogo rapidamente

Monday, January 30, 2012

Valores do Rugby

"Nós, gente do rugby, gostamos, mostrando o diferente que nos sentimos, de publicitar a definição do jogo no conceito "um jogo de rufias jogado por gente bem-educada" - já não por cavalheiros porque, como também sabemos, os homens não são únicos na modalidade.

E há toda uma profunda razão para o definirmos assim. Desde sempre o jogo de rugby tem uma ética própria subordinada a um conjunto de valores que se estabelecem no seu "Código do Jogo". De facto, existe toda uma maneira de estar que se pretende diferente e tradutora de uma cultura distinta em que o respeito, o "fair-play", o espírito colectivo de equipa, o companheirismo, a abnegação, a boa educação constituem algumas das componente de valores e atitudes que formatam a envolvente do jogo.

E assim sendo, é natural que possamos utilizar, com orgulho, a marca da diferença - um amigo meu, médico e frequentador internacional de estádios de futebol, viu, pela primeira vez, um jogo de rugby no França-All Blacks do centenário da FFR: não julgava possível, dizia, a confraternização permanente entre os espectadores adversários que o rodeavam. Espantado, tornou-se adepto.

Mas se pretendemos sê-lo, devemos, no mínimo, parecê-lo. E o que se passa à volta dos nossos campos em dia de jogo não pertence a este mundo edílico que pretendemos transmitir aos de fora. Espectadores, antigos jogadores na sua maioria, insultam árbitros e adversários, chamam nomes a quem bem querem e comportam-se como rufiotes numa constante demonstração arruaceira, deixando - para inglês ver - a proclamação da pretendida boa educação.

O jogo de rugby não é fácil de gerir. Os árbitros, como os jogadores, têm dificuldades na análise da sequência pela rapidez da acção e pelo número de intervenientes. Mas próximos e se pertencentes ao mesmo patamar, vêem melhor e analisam quase sempre melhor. E, na grande maioria dos casos, tomam a decisão correcta e são os espectadores que, ignorantes da Lei, protestam violentamente, impondo a emoção à razão, pressionando para que a sua cor, apesar de faltosa, deixe de ser "roubada!".

Nada deste comportamento se justifica ou ajuda o rugby português no seu desenvolvimento e progressão. Pelo contrário: desfocaliza jogadores, pressiona treinadores e árbitros de forma desadequada, retira lucidez aos intervenientes e transforma o jogo num espectáculo nada dignificante e que só diminui o campo de influência da modalidade.

Precisamos de melhorar todos os dias o rugby que se joga em Portugal. Para o que necessitamos de melhores treinadores, melhores jogadores, melhores árbitros, melhores dirigentes. Numa vontade que dispensa claramente os piores exemplos da Blood, Sweat and Beers de antanho.

E se, em vez deste comportamento trauliteiro e para começar o novo ano, fizéssemos um esforço para aprender as Leis do Jogo e a sua aplicação prática? Um esforço para que os treinadores fossem exigentes com os seus jogadores, educando-os de acordo com as Leis do Jogo; um esforço dos dirigentes para imporem o rigor das Leis do Jogo nas equipas dos seus clubes e decente comportamento aos seus adeptos; um esforço dos espectadores para que se comportassem como gente bem-educada. E se não há, como também sabemos, jogos sem árbitros e para um futuro com tudo a correr pelo melhor, porque não tentar uma parceria: criar o hábito de convidar os árbitros para se treinarem semanalmente com os diversos clubes.

Talvez assim pudéssemos fazer compreender a marca da nossa diferença: no Rugby, a vitória, sendo importante, não é o mais importante; o mais importante é poder pertencer a uma comunidade muito especial - a comunidade rugbística.

Lisboa, 1 de Janeiro de 2009

João Paulo Bessa"

in site da FPR

Tuesday, January 10, 2012

arbitragem aos molhos #20



Por vezes este tipo de conversa é bem mais producente do que uma simples penalidade por bocas. As palavras que Nigel Owens usa são claras e simples, não sobe o tom de voz, e no final o "is that clear?" não deixa margem para qualquer tipo de resposta. Para além disso, com a chamada do capitão "isola" o jogador de forma soberba.

Os papeis estão definidos.

Não devemos esquecer que cada caso é um caso, e aqui está mais um clip para nos fazer pensar naquilo que fazemos todos os fins-de-semana. Estou certo que no próximo fim-de-semana milhares de árbitros por esse mundo vão à primeira situação de bocas agir praticamente da mesma forma que o Sr Owens agiu neste vídeo. Não é isso que se quer, quer-se que esta situação entre na "biblioteca de arbitragem" de cada um.

Quem trabalha em photoshop ou mesmo powerpoint todos os dias descobre uma nova ferramenta, um novo botão, um novo atalho, na arbitragem acaba por ser semelhante. Todos os dias olhamos para o lado e tiramos ideias uns dos outros, notamos num pormenor que pode fazer a diferença. Não quer dizer com isso que tenhamos de copiar a decisão, mas ficamos a conhecer mais um "tool" para aplicar no sitio certo à hora certa!

Para uns vai funcionar, para outros não, numa situações funcionará, noutras certamente que não. O interessante mais uma vez é analisarmos o "processo" mental que o árbitro teve. 


A propósito deste clip realço a última frase do artido do SArefs:
http://www.sareferees.co.za/news/ref_news/2836324.htm

"The referee in this case is wonderfully articulate. The only danger to guard against is using the tongue to humiliate the player."

Wednesday, December 28, 2011

arbitragem aos molhos #19

O site SA Refs publicou esta semana dois excelentes artigos sobre a preparação do árbitro.

Notas sobre a preparação do árbitro:

"Preparação Remota"
- se a preparação ainda não começou deve começar desde já
Fitness:
- o árbitro não deve decidir em movimento
- a condição física não deve ser um factor na sua arbitragem
- "Eat Right 4 Your Type" (comer bem de acordo com as necessidades)
Preparação Mental:
- observar atentamente. Roubar ideias aos outros árbitros, ver como interagem com os jogadores, como se posicionam e põem o jogo a mexer - preferível focarmo-nos aquilo que resulta em detrimento daquilo que não resulta e nos maus exemplos)

traduzido, resumido e adaptado:
http://www.sareferees.co.za/news/ref_news/2831544.htm 


 "Preparação para o imediato"

- saber a nomeação e procurar saber a hora, local, etc
- temos de chegar ao estádio confiantes
- tratar da logística / criar rotinas / check list (camisolas, cartões, apitos, etc... bla bla - de preparação este ponto só tem a logística)
- olhar para aquilo que os árbitros do TOP fazem habitualmente
- criar o nosso próprio "plano de jogo" (pontos que tem de estar mais atento, áreas em que se sente menos à vontade, items que tem de trabalhar)
- deve o árbitro estudar as equipas que vai arbitrar? será que irá com 'pré-conceitos' que influenciarão as suas decisões e postura?
- devemos arbitrar o jogo que temos à frente! No entanto, pode ser benéfico saber que tipo de jogo as equipas jogam
- por outro lado, no alto nível, o árbitro é o elemento mais estudado do jogo!

traduzido, resumido e adaptado:
http://www.sareferees.co.za/news/ref_news/2832384.htm

Wednesday, December 7, 2011

arbitragem aos molhos #18


Alex - Wood por rugbydumpdotcom

Este vídeo vale muito mais pelo processo do árbitro do que pelos factos em si. Quando vejo e revejo o vídeo muito mais importante do que saber quem começou, ou quem deu mais murros, é perceber o que estaria o Sr Barnes a processar mentalmente.

Reparem:
1- no apito do árbitro (a intensidade e cadência ainda durante o stress).
2- na importância que o Barnes dá à separação das equipas (é o ponto de ordem no jogo - mostra quem controla o jogo - e também acalma os jogadores com esta paragem)
3- linguagem corporal do árbitro (mostra segurança)
4- quem começa o "chat" e como começa: "Eu vi isto... o que acrescentas?"
5- o AA acrescenta o que viu mais, dando assim todos os elementos para o árbitro decidir
6- o árbitro formula a decisão e comunica-a sucintamente aos AAs, que confirmam a decisão
7- sem demora chama os jogadores em questão e os respectivos capitães
8- trata dos 2 jogadores em separado (sem reuniões - para não haver troca de olhares, bocas, os capitães não questionarem nada em conjunto, e sobretudo os 2 pugilistas não se embrulham no caminho para o sin bin ou balneário)
9- fala com o capitão sem nunca olhar para o mafarrico (centrando atenção para os jogadores que ficam dentro de campo e que devem ser controlados pelo capitão)
10- mostra o cartão (acima do nível da cabeça/olhos) e aponta para fora
11- diz ao capitão que de seguida vai tratar da equipa adversária e que tem tempo para falar com a sua equipa
12- trata da outra equipa da mesma forma. Usa a expressão "he leaves the field", ou seja, emprega a 3ª pessoa.

Todo isto leva cerca de 1m30s desde que a pacadaria é separada até que o WB apita para uma penalidade

O mote para a discussão foi levantado em: http://www.rugbyrefs.com/content.php?246-Tuilagi-Wood-Red-Cards

No #3 e #4 estão outros dois exemplos:
http://pickandgo.blogspot.com/search?updated-max=2011-05-22T07%3A03%3A00%2B01%3A00&max-results=10
No 1º os jogadores embrulham-se de novo à saída do campo e no 2º a abordagem do WB é em tudo idêntica excepto no momento de falar com os capitães. Vejam e confiram as diferenças

Thursday, December 1, 2011

Foul Play

FOUL PLAY MANAGEMENT
(Based on discussions on Monday 20 June 2011)

(1) CONTROL DURING THE GAME
 Maintain rapport with captains and players. This begins when the referee arrives at the ground
 Be pro-active through communication, rather than reactive with constant whistle
 Recognise that the style of team play and player ability will affect the refereeing of that fixture
 It is most important to read the game, identify what is going on around you
 If the game is disjointed with poor skill level (and you are even becoming frustrated), only through strong law application and game understanding will it improve
 Easing up or letting offences go (i.e .trying to make a game of it) will only make the game worse
 If you are an A/R on a fixture, remember you are NOT refereeing the game i.e . A/R’s are responsible for signaling, touch, touch-in-goal, signaling kicks at goal and indicating foul play. While you can also provide assistance to the referee in the performance of any of the referee's duties, your main duties are those as listed, and in particular assistance in foul play situations.

(2) FOUL PLAY MANAGEMENT DURING THE GAME
 Recognise flashpoints
o Late, early or high tackles and charges (e.g . shoulder)
o “Cheap” shots (e.g. elbows, shoulder), and those big hits where there’s yahooing afterwards!
o Players on the ground after a tackle; arriving players climbing in top
o Interference or running obstruction
o Pillars or guard dogs and the ruck/maul phase
o Language and/or sledging, particularly at school lower club grade level
o Scrums: halfback touching the scrums; halfbacks obstructing each other, No 7’s – changing angle, sticking leg out in attempt to prevent non-feeding halfback following the ball.
 Be confident and eyeball defenders
 Be prepared to act strongly and swiftly if the situation demands – MAKE THE HARD CALLS
 Remember, justice must be seen to be done, especially by the non-offending teams
 Take your time following the offence ; be cool, calm and collected. Do not finger point or handle players
 Take your time restarting the game, shorten advantage if necessary, do not allow prolonged rucking or mauling until you feel you have the game back under control
 Sin Bin – use where appropriate, especially for persistent or wilful infringements

(3) REPORTING PROCESS
 ALL SIN BINS AND ORDERING OFFS MUST BE REPORTED ON THE APPROPRIATE FORMS AND FORWARDED TO THE ASSOCIATION
 PLEASE REPORT ANY BRAWLS DURING THE GAME – THESE ARE OCCURING TOO FREQUENTLY AND THE ASSOCIATION AND HBRFU DO NOT OFTEN HEAR ABOUT THEM. IF SPECTATORS ARE INVOLVED TRY AND GET THEIR NAMES(S) IF POSSIBLE.
 IT IS MOST IMPORTANT WE HEAR ABOUT INCIDENCES OF FOUL PLAY. WE NEED TO KNOW ABOUT THESE TEAMS SO APPROPRIATE REFEREES CAN BE APPOINTED THE FOLLOWING WEEK(S).
Alan Mettrick
Referee Coach